O governo Lula (PT) se prepara para anunciar nesta semana o primeiro corte de gastos do Orçamento de 2025. A medida, que deve girar em torno de R$ 15 bilhões, ocorre em um momento de pressão sobre o governo — que lida com índices baixos de aprovação e agora enfrenta uma crise após denúncias de descontos indevidos em benefícios do INSS.

O valor exato do contingenciamento a ser realizado pela gestão federal só será divulgado no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do 2º bimestre, previsto para a próxima quinta-feira (22). O documento em questão vai analisar o comportamento das receitas e despesas da União com base nos meses de março e abril.

última quinta-feira (15), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que apresentará ao presidente Lula um conjunto de “medidas pontuais” para assegurar o cumprimento da meta fiscal, que é de déficit zero, mas com um intervalo que permite um rombo de até R$ 31 bilhões.

– Não dá nem para chamar de pacote, porque são medidas pontuais, nenhuma de escala, voltadas exclusivamente para o cumprimento da meta fiscal – disse.

Para os próximos meses, segundo economistas, são esperadas pressões adicionais sobre as contas públicas. Entre os fatores estão o pagamento antecipado do décimo terceiro a aposentados e os reajustes de servidores federais. Outro ponto de atenção é o pagamento de precatórios. O governo adiou o desembolso para julho, num total de R$ 70 bilhões, dos quais R$ 44 bilhões ficaram fora da regra da meta.