Sequestro da filha de narcotraficante reacende escândalo de venda de sentenças no TJMS
 Narcotraficante Gerson Palermo foi solto e ascendeu a suspeita por venda de sentenças no TJMS.
 Narcotraficante Gerson Palermo foi solto e ascendeu a suspeita por venda de sentenças no TJMS.              O sequestro da filha do narcotraficante Gerson Palermo, ocorrido na última sexta-feira (24), reacendeu o escândalo de suposta venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). O caso ganha novos holofotes justamente às vésperas do julgamento de desembargadores investigados na Operação Ultima Ratio pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O episódio remete diretamente a um dos maiores escândalos da história do tribunal: a concessão de um habeas corpus a Palermo pelo então presidente do TJMS, desembargador Divoncir Schreiner Maran, atualmente aposentado e investigado pela Operação Tiradentes, da Polícia Federal.
Em 2020, durante o feriado de Tiradentes, o desembargador Maran concedeu a liberdade ao narcotraficante – condenado a 126 anos de prisão – sem exigir exames médicos e burlando as instâncias regulares do Judiciário. Palermo saiu de um presídio de segurança máxima para monitoramento por tornozeleira eletrônica.
Ao retornar do feriadão, o desembargador Jonas Hass da Silva, reassumindo a relatoria do caso, revogou a decisão. No entanto, quando a polícia foi prender Palermo, ele já havia rompido a tornozeleira e fugido. Até hoje, o chefe do PCC em MS permanece foragido.
O Sequestro e a Suspeita – O caso atual começou quando a filha de Palermo foi sequestrada ao sair do trabalho, em Campo Grande. A vítima foi libertada no sábado (25) após ser torturada no cativeiro.
De acordo com a investigação, a motivação do crime seria um suposto prejuízo de R$ 50 mil. A Polícia Civil suspeita que o próprio Gerson Palermo, vivendo na Bolívia, tenha ordenado o sequestro da própria filha para tentar reaver essa quantia. Em coletiva, o delegado Roberto Guimarães, do Garras, informou que a vítima nega qualquer envolvimento com o dinheiro e acredita que foi poupada a pedido do pai.
Julgamento no CNJ
Enquanto a Polícia Civil investiga o sequestro, o Plenário do CNJ marca para esta terça-feira (28) o julgamento da reclamação disciplinar contra o desembargador Marcos José de Brito Rodrigues, um dos sete afastados na Operação Ultima Ratio. O julgamento coloca novamente sob scrutiny o sistema judiciário de Mato Grosso do Sul, mostrando como os dois casos – o sequestro e o escândalo de corrupção no tribunal – estão intrinsecamente ligados.
 
  
  
  
  
  
  
  
  
 


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