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Campo Grande,30/10/2025

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Operação no ‘Carandiru’ prende homem e apreende drogas, mas ação gera revolta em moradores


Operação no ‘Carandiru’ prende homem e apreende drogas, mas ação gera revolta em moradores (Foto: Reprodução)

Uma ampla operação de fiscalização foi realizada nesta quarta-feira (29) no condomínio popularmente conhecido como ‘Carandiru’, no bairro Mata do Jacinto, em Campo Grande. A ação, que ainda estava em andamento, resultou na prisão de um homem de 37 anos, na apreensão de drogas e veículos, e no fechamento de um bar irregular. No entanto, a intervenção foi recebida com insatisfação por parte dos moradores, que se sentiram estigmatizados.

A operação foi uma resposta a pedidos da comunidade do entorno, que relatou problemas como tráfico de drogas, furtos, venda de bebidas a menores e furto de energia. Coordenada pelo vereador André Salineiro, a ação reuniu Polícia Civil, Polícia Militar, Guarda Civil Metropolitana (GCM), Semadur, Vigilância Sanitária, Conselho Tutelar e a Energisa.

Durante a operação, os agentes apreenderam porções de maconha e pasta base de cocaína (ainda não pesadas), além de diversos objetos sem nota fiscal, como uma makita, furadeira e caixa de som. Três veículos foram recolhidos, incluindo uma motocicleta com mais de R$ 20 mil em débitos.

Na casa do homem preso, foi constatado furto de energia elétrica. Um bar que funcionava sem alvará no local foi interditado pela Semadur, que também apreendeu uma mesa de sinuca.

O inspetor Ponce, da GCM, afirmou que o foco foi “coibir o tráfico de drogas, furto de energia e comércio irregular”, incluindo a venda de bebidas alcoólicas a menores. O vereador Salineiro reforçou que a ação foi uma resposta às demandas por segurança pública, combatendo um “mercado negro” de produtos roubados.

A Perspectiva dos Moradores

Enquanto a operação se desenrolava, moradores do ‘Carandiru’ expressaram sua insatisfação. Eles afirmaram não ser contra a presença das forças de segurança, mas criticaram o que consideraram um exagero na abordagem e a criminalização de toda a comunidade.

” Criminalidade tem em todo lugar, mas acham que tudo que roubam em Campo Grande trazem pra cá, e não é assim. Vir aqui ajudar ninguém quer, ninguém vem”, disse uma moradora.

Outro residente destacou que a comunidade é formada por famílias trabalhadoras: “Somos todos família. Estão fazendo abaixo-assinado pra tirar a gente daqui, mas vão dar casas? Ou vamos sair daqui e morar na rua?”. De acordo com os moradores, mais de 100 famílias vivem no local.

A presença da Energisa causou apreensão, com receio de cortes generalizados de energia. A empresa informou que o desligamento seria feito apenas em uma unidade com ligação irregular confirmada, mas o temor entre os moradores permaneceu. “Queríamos ter tudo certo, água, luz, internet, mas não podemos fazer isso, por ser área de invasão”, lamentou uma moradora.

O momento da operação também foi criticado por causar transtornos, principalmente para as crianças que retornariam da escola. A ação evidencia o desafio de equilibrar a aplicação da lei com os direitos e a dignidade de comunidades residentes em áreas de vulnerabilidade social.




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