Em um telefonema de 30 minutos nesta segunda-feira (6), os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump trataram de questões bilaterais sensíveis, com pedidos específicos do lado brasileiro. A conversa, iniciada por Trump, foi considerada positiva pelo governo brasileiro.

Os principais pontos abordados por Lula foram:

• Fim das Sanções: O presidente brasileiro solicitou formalmente a revogação das sanções dos EUA contra autoridades do país, incluindo o ministro do STF Alexandre de Moraes e sua esposa, punidos pela Lei Magnitsky, que bloqueia bens nos Estados Unidos. O nome de Jair Bolsonaro, no entanto, não foi citado.

• Tarifas Comerciais: Lula pediu a retirada da sobretaxa de 40% sobre produtos brasileiros, vigente desde agosto, e apresentou dados que mostram superávit comercial americano na relação com o Brasil. Ele se disse aberto a discutir temas de interesse dos EUA, desde que respeitada a soberania nacional.

• Diálogo Futuro: Ambos os líderes brincaram sobre a idade e relembraram a boa "química" que tiveram na ONU. Lula insistiu na importância de um encontro presencial, e Trump concordou. As equipes avaliarão possíveis datas em eventos internacionais ou em Washington.

Como próximo passo, Trump designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para conduzir as negociações técnicas com os ministros brasileiros Geraldo Alckmin (Indústria), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Fernando Haddad (Fazenda). O governo brasileiro acredita que, apesar das críticas anteriores de Rubio, a determinação de Trump será cumprida.

Para estabelecer um canal de confiança, Lula e Trump também concordaram em trocar contatos telefônicos diretos, facilitando a comunicação entre os dois chefes de Estado.