Reunião entre Lula e Trump também teve Mauro Vieira e Marco Rubio
(Foto: Reprodução) Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e dos Estados Unidos, Donald Trump, se reuniram por quase uma hora neste domingo (26/10) na Malásia. O encontro contou com representantes dos dois governos que têm encaminhado negociações sobre impasses bilaterais, como a tarifa de 50% imposta pelos EUA a produtos brasileiros.
Participaram da conversa, sentados ao lado de Lula e de Trump, o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Os dois já tinham sido designados para negociações em ligação telefônica entre os dois presidentes em 6 de outubro.
Ainda pelo lado brasileiro, estiveram presentes na reunião o secretário-executivo do Ministério de Indústria, Desenvolvimento e Comércio, Márcio Elias Rosa, e o assessor-chefe adjunto da Assessoria Especial do Presidente da República do Brasil, Audo Araújo Faleiro. Este último é subordinado ao assessor especial de Lula, Celso Amorim.
Com Trump, também participaram o representando comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent.
Parte do encontro bilateral foi transmitido. Lula declarou que “o Brasil tem todo interesse em ter uma relação extraordinária com os Estados Unidos”. “Não há nenhuma razão para que haja qualquer desavença entre Brasil e EUA”, disse.
O brasileiro afirmou que levou por escrito “uma longa pauta” e observou não saber se Trump “teria tempo”. “O que nós temos certeza é que quando dois presidentes sentam em uma mesa (e) cada um coloca os seus pontos de vista, os seus problemas, a tendência natural é você encaminhar para chegar a um acordo”, destacou.
Lula lembrou que no sábado (25/10) já tinha se manifestado “otimista” com a “possibilidade” de avanço na “manutenção da relação mais civilizada possível entre Brasil e Estados Unidos”. “E que pretendemos manter”, completou.
Já Trump afirmou que Brasil e Estados Unidos podem chegar a “bons acordos”, mas negou que as tarifas aplicadas a produtos brasileiros sejam injustas. O tarifaço de 50% imposto pelos EUA, que começou a ser aplicado em agosto, foi um dos assuntos da reunião.
A intenção de Lula era mostrar, por exemplo, que o país norte-americano tem superávit com o Brasil e que as taxações “não têm sustentação”. O líder brasileiro chegou a pedir a suspensão das tarifas por um período de negociação.
O norte-americano ressaltou que tem “respeito” por Lula e pelo Brasil e indicou a expectativa por um bom relacionamento. Ao comentar sobre a possibilidade de acordo, o líder dos EUA sinalizou que os dois lados podem oferecer algo, mas não adiantou condições.
As sanções a autoridades brasileiras também foram levadas por Lula para a reunião. O governo dos EUA puniu, por exemplo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e sua esposa, a advogada Viviane Barci, com a Lei Magnitsky, que prevê bloqueios financeiros.



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