O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a demonstrar desconforto com questionamentos da imprensa. Durante o início da reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Lula e Trump concederam entrevista a jornalistas, na madrugada deste domingo (26/10), momentos antes da reunião que discutiu o tarifaço imposto por Washington a produtos brasileiros. Lula interrompeu os jornalistas que faziam perguntas e sugeriu que as entrevistas fossem feitas “depois da reunião”.

“Queria sugerir que vocês fizessem a entrevista depois da reunião. Nós temos pouco tempo e daqui a pouco o tempo se perdeu porque nós ficamos falando com vocês”, afirmou Lula, visivelmente impaciente.

O presidente brasileiro prosseguiu: “Se vocês tiverem paciência, vocês saberão o resultado da reunião. Se ficarem agoniados, vocês vão saber apenas suposições nossas. Esse é o dilema; por isso, eu sugiro que a gente comece nossa reunião”, pediu o petista.

Enquanto Lula se mostrava incomodado com as perguntas, Trump, conhecido por seu estilo direto e por não evitar o confronto com a imprensa — manteve-se à vontade e chegou a responder algumas questões antes de o petista interromper o momento.

Segundo relatos de jornalistas presentes, a justificativa de Lula foi o “pouco tempo” disponível, mas a coletiva prometida para depois do encontro não chegou a acontecer.

O gesto foi interpretado como mais um episódio que reforça a preferência do presidente por ambientes controlados e com acesso limitado à imprensa. Em diferentes ocasiões, Lula tem restringido o número de repórteres em eventos oficiais e evitado responder perguntas espontâneas, o que contrasta com a postura de Trump, que costuma enfrentar jornalistas mesmo em situações de tensão.

Um repórter que cobre política externa para o portal Metrópoles comentou que o episódio “evidencia o contraste entre os perfis de Trump e Lula diante da imprensa — um mais reativo e o outro, mais disposto ao enfrentamento público”.

Na prática, o episódio expôs novamente o incômodo de Lula com questionamentos diretos e a falta de disposição do governo brasileiro para lidar com perguntas fora do roteiro oficial.